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Apesar de ser tradicionalmente considerada como um problema que afeta sobretudo a população mais idosa, na realidade, a solidão é transversal a todas as idades e um problema crescente na nossa sociedade.
São várias as causas da solidão e as redes sociais são apontadas como as principais culpadas nesta nova era tecnológica. Sim, embora tragam muitas facilidades de comunicação e no encurta distâncias, a verdade é que as redes sociais isolam as pessoas. Segundo um estudo do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, o sentimento de solidão aumenta, principalmente, entre as pessoas que passam mais tempo “ligadas” nas redes sociais.
As causas não são difíceis de explicar, a própria natureza da comunicação online é capaz de provocar o sentimento de solidão, mesmo que à espera do utilizador esteja uma rede de amigos ou familiares. Porquê? Porque falta riqueza sensorial, falta o cérebro ser despertado e identificar o tempo passado com dispositivos eletrónicos como momentos de relacionamento.
Além disso, todos os anos aumenta o número de pessoas que vivem sozinhas. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, há 939 mil portugueses a viverem sem ninguém, o que representa cerca de um quarto (23%) de todas as famílias e o mais preocupante é que cada vez há mais jovens e adultos a fazer parte deste número. E a pergunta que se impõe é: como lidar com a solidão? São cada vez mais as pessoas que recorrem às nossas consultas de psicologia devido à tristeza que sentem por estarem em solidão e também ao nosso serviço de agenciamento matrimonial quando a solidão é ao nível amoroso.
A solidão de amor é uma realidade cada vez mais presente no nosso país. Portugal é dos países da Europa com maior número de divórcios, os números apontam para 7 em cada 10 casamentos e com maior percentagem de pessoas solteiras ou viúvas que residem sós. Muitos homens e mulheres estão sentimentalmente livres, porque têm dificuldade em encontrar alguém que os ame, que os compreenda e que os apoie. Alguns porque têm sentido essa dificuldade desde sempre. Outros porque as pessoas com quem se têm relacionado ao longo do tempo não têm correspondido às suas expetativas e ambições, cada vez maiores num mundo em mutação permanente. Os próprios timings para os relacionamentos são hoje muito diferentes.
A solidão mata é uma daquelas frases feitas que tende a ser negligenciada pela maioria de nós, mas a ciência tem vindo a dar pistas de que a morte associada à solidão pode ir muito além do sentido figurado. São centenas os estudos que já demonstraram que nas pessoas que se sentem sós os genes relacionados com o sistema imunitário reagem de forma mais debilitada na missão de atacar infeções e que uma pessoa que se sente só tenderá a desenvolver sentimentos de tristeza, stresse, angústia e depressão. Infelizmente, a solidão é ainda hoje um assunto tabu e muitas são as pessoas que têm dificuldade em admitirem que se sentem sós, mesmo que isso possa ter um impacto negativo sobre a sua saúde e bem-estar e não sabem como lidar com a solidão amorosa.
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